A Tonsser, sediada em Copenhaga, tem como missão descobrir a estrela de futebol de amanhã. A startup tem estado a trabalhar discretamente na construção de uma rede social vertical destinada principalmente a jovens jogadores de futebol e a trazer transparência ao próprio jogo.

As funcionalidades da aplicação para iOS e Android incluem a possibilidade de criar o seu próprio perfil de futebol, carregar e partilhar fotografias e vídeos de destaques de jogos, adicionar várias estatísticas de jogos e equipas e seguir outros clubes e jogadores. Uma forma de pensar no Tonsser é uma mistura de Instagram, LinkedIn e um jogo de vídeo como o Football Manager, mas para jogadores de futebol juvenis da vida real.

Mas o objetivo principal é trazer mais transparência ao sector do futebol europeu e, por sua vez, garantir que os talentos promissores não passem despercebidos. É uma missão pela qual o cofundador e diretor executivo Peter Holm tem uma grande paixão, apesar de, ao contrário dos outros dois fundadores da empresa, Simon Hjære e Jeppe Curth, não ter sido suficientemente bom para se tornar profissional.

"Quando eu era um jovem e esperançoso futebolista de 15 anos de Vadum, uma pequena cidade no norte da Dinamarca, o máximo que conseguia se jogasse um bom jogo ou marcasse um golo era sair no jornal local. Depois, a minha mãe recortava a notícia e colocava-a no nosso álbum de recortes. Era só isso", conta.

"Tal como qualquer outro jovem jogador de futebol, o que eu realmente queria era a capacidade de ser notado e de mostrar os meus desempenhos e realizações ao público certo, como adversários, colegas de equipa, treinadores, olheiros ou talvez um futuro clube. Aqueles que interessam".

Assim nasceu a ideia do Tonsser, que deu origem àquilo a que Holm chama um "parque de diversões motivacional" para jogadores de futebol, repleto de estatísticas, prémios, conhecimentos e reconhecimento. "Uma rede social vertical que dá poder aos jogadores de futebol numa versão real do meu jogo favorito, o Football Manager", acrescenta.

Estas estatísticas são obtidas a partir de dados oficiais das ligas de futebol juvenil dos países onde a Tonsser foi lançada (atualmente Dinamarca, Noruega, Suécia, Espanha, Itália e França) e de crowdsourcing de jogadores que aderiram à aplicação. É esta abordagem "de baixo para cima" e a capacidade de interrogar estes dados que Holm considera poderem ajudar a mudar o próprio futebol.

"Durante demasiado tempo, o futebol foi um sector obscuro gerido pelas pessoas erradas. Ao criar transparência no mundo do futebol, de cima a baixo, acreditamos que o Tonsser pode democratizar o futebol e voltar a colocar os jogadores no lugar do condutor da sua própria carreira", afirma. "Nem sequer quero especular sobre o número de jogadores talentosos que se perderam por o seu destino ter sido determinado por intuições individuais. A Tonsser está aqui para ajudar os jogadores de futebol a libertarem o seu potencial".

Entretanto, o próprio potencial da Tonsser foi reconhecido por investidores e parceiros. A empresa em fase de arranque é apoiada pela Wellington Partners, pela SEED Capital Denmark e por alguns investidores anónimos europeus não identificados, que investiram até 2,5 milhões de euros com base no cumprimento de determinados objectivos (sem trocadilhos).

Recentemente, a Nike pediu a Tonsser que identificasse os jogadores de futebol mais promissores da Dinamarca, com idades compreendidas entre os 16 e os 21 anos, e os clubes europeus, incluindo o Ajax, perguntaram como poderiam utilizar os dados da aplicação para identificar talentos.